D’As FANS às guitarradas: a despedida da Queima das Fitas 2018

D’As FANS às guitarradas: a despedida da Queima das Fitas 2018

“O trabalho da academia deve ser mais valorizado”. Atuações com emoção, mas com pouco público. Texto e fotografias por Francisco Madaíl

O último dia da Queima das Fitas (QF) 2018 abriu com a atuação d’As FANS – Tuna Feminina da Universidade de Coimbra. Face à reduzida adesão por parte do público, Andreia Jesus, estudante de Psicologia na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e membro das Mondeguinas, realça a importância do “apoio das restantes tunas para fazer número”. Ana Ferreira, também estudante de Psicologia na FPCEUC e membro das Mondeguinas, acrescenta que “a atuação foi divertida e fez tudo o necessário para manter a moral do público”.

Mafalda Seco, membro da direção d’As FANS, afirma que a “organização por parte da Comissão Organizadora da Queima das Fitas foi melhor do que a do ano passado”. As condições a nível de ‘backstage’ são “melhores, a tenda é maior e há mais espaço ao ar livre”, acrescenta. No entanto, a hora de atuação manteve-se, o que é “um ponto negativo”, refere, já que “há pouca gente a essa hora”. Andreia Jesus declara que vão “continuar a divertir-se, embora contrariadas com o horário”. Mafalda Seco realça que o público é, em grande maioria, composto por familiares e pessoas que querem ver os restantes espetáculos. “Deixou de ser uma festa de estudantes, passou a ser uma festa de artistas”, completa.

Para Pedro Cruz, finalista de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, a atuação do Grupo de Cordas marcou, embora “seja uma pena começar tão tarde”. Admite ainda que “não é um estilo musical aceite por todos, é preciso saber apreciar”. Sofia Albuquerque, finalista de Arte e Design na Escola Superior de Educação de Coimbra, afirma que esta é “uma bonita forma de demonstrar a tradição académica de Coimbra” e, “em especial, do amor” que sente por esse tipo de música. O finalista de Medicina refere que isto representa, para ele, “o fechar de um ciclo”, já que ouviu o Grupo de Cordas “até hoje e desde a primeira queima”.

Esta edição da QF chegou ao fim pelas vozes dos grupos de fado, que entoaram várias canções no Palco Forum Coimbra. Bernardo Alves, finalista de Engenharia Mecânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e presidente do Orfeão Académico de Coimbra, considera que a atuação “teve altos e baixos”. Diana Coelho, estudante de fisioterapia na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, discorda e afirma que “é sempre uma experiência incrível para quem gosta deste estilo musical”.

No entanto, ambos concordam que havia “poucas pessoas a assistir, o que é uma pena”. Diana Coelho realça ainda que “já não se dá valor a estas atuações como se dava em outros tempos”. Bernardo Alves aprofunda esta ideia ao afirmar que “o trabalho da academia, quer dentro, quer fora dela, deve ser mais valorizado”. As pessoas que o fazem, “fazem-no de coração”, completa.

Quando questionada acerca do que esta atuação representava, a estudante afirmou que “ouvir a Canção de Coimbra faz a vida parecer fugaz”. “É como se, por um momento, tudo ficasse mais rápido e as capas negras abrigassem não pessoas, mas histórias e emoções”, revela. Para o finalista, o sentimento é semelhante. “É um momento simbólico, faz pensar não só no futuro, mas também em tudo o que fica para trás”.

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