São Tomé e Príncipe e Madorna protagonizam palco do Fórum Coimbra
Público vibrou ao som dos dois africanos. Hip-hop foi mais uma vez presença no palco principal da Queima das Fitas 2018. Texto por Ana Lage e Ana Sofia Neto. Fotografias por Ana Lage, Ana Sofia Neto e Daniela Pinto
Os Calema, naturais de São Tomé e Príncipe, foram a segunda atuação desta quinta noite de parque. A dupla admitiu que, por ser a primeira vez que atua na festa dos estudantes, esperava uma festa especial e garantiu fazer de tudo para que a noite fosse memorável. Mostraram-se ansiosos quanto a esta presença, uma vez que sempre ouviram falar muito das festas académicas de Coimbra.
O grupo faz de cada concerto uma apresentação diferente, até porque, segundo eles, o público não funciona todo da mesma maneira. Admitem que o mais importante é “transmitir o amor com que escrevem e cantam as músicas”. Pretendem, num futuro, estar ainda mais próximos das pessoas e fazer mais espetáculos pelo país. Consideram que cantar em português é uma mais-valia e tencionam levar o idioma além-fronteiras, com colaborações já programadas com artistas internacionais.
As ondas africanas, que trazem sempre consigo alguma coisa, deram o nome ao grupo. No caso deste, trazem música, sorrisos, emoções e cultura, coisas que a dupla pretende mobilizar nas suas composições. Garantem que o seu atual sucesso apenas se deveu porque ambos “sempre acreditaram e aproveitaram as oportunidades da vida”. Dos vários temas trazidos a palco, o êxito “A nossa vez” fez vibrar ainda mais o público.
André Fortunato, estudante da Escola Superior de Educação de Coimbra sugere que a Comissão Organizadora da Queima das Fitas aposte em artistas mais dinâmicos, para estimular mais o público. Já Inês Ricardo, da mesma instituição, recomenda um alargamento do leque de artistas convidados, de modo a atingir uma quantidade maior de pessoas e ser possível agradar ao maior número de gente.
Aquando a atuação desta dupla, foi realizada uma largada de balões brancos em nome dos jovens empreendedores que se lançaram no mundo empresarial graças à Académica Start Up da Universidade de Coimbra (UC). O embaixador de Economia, Guilherme Portugal, explica que esta iniciativa se trata de um protocolo entre a Associação Académica de Coimbra e a UC. O projeto tem como objetivo estimular o espírito empreendedor dos estudantes e capacitá-los para se lançarem.
André, conhecido pelos seus fãs como Dillaz, seguiu os Calema. Depois de uma série de músicas românticas, o Parque da Queima das Fitas recebeu o rapper português que reuniu fãs vindos de todos os pontos do país. Músicas como “Mo boy” e “Não sejas agressiva” fizeram com que o público tirasse os pés do chão e abanasse o recinto. Partilhou o palco com mais artistas e manteve sempre uma relação de proximidade com o seu público.
Este cantou com o rapper durante todo o espetáculo e eram raras as pessoas que não conheciam as letras do início ao fim. Os estudantes juntaram-se numa onda de companheirismo por partilharem os mesmos gostos e vivências de Dillaz. Aborda a vida na Madorna, a sua terra natal, e em composições como “Sonhar nesta vida” trata o esforço e trabalho necessários ao sucesso. Filipa Santos, estudante de Turismo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC), afirma gostar do cantor “pelo flow e batida das músicas dele”.
As luzes dos telemóveis iluminaram o recinto ao som de “Spliff”, unindo todos aqueles que se encontravam a assistir. A ´front line` vibrou com o artista e nunca o deixou acanhado quando este pedia a participação do público. Mesmo quando não conseguiam acompanhar a letra, a plateia sentiu sempre cada palavra proferida. Inês Tavares, estudante de Farmácia Biomédica na Faculdade de Farmácia da UC, não conhecia muitas músicas do rapper, mas ficou impressionada com a “energia e adesão ao concerto” e diz “não ter nada de negativo a acrescentar”. Dillaz foi mais um pilar da Queima das Fitas e a mesma não tombou quando o “Protagonista” da noite encerrou o concerto com a música “Clima”.
O cartaz de hoje apresentou artistas integrados em categorias musicais distintas. O público foi o maior aliado de todos os que subiram ao palco e vibrou ao máximo, tanto com as tunas, quanto com os artistas convidados. Estamos a meio da semana académica e até dia 11 de maio ainda vai correr muita diversão neste Parque da Canção.